Com apoio da AWS, Bayer centraliza e padroniza dados do Projeto Carbono

Para ajudar agricultores brasileiros a adotar práticas agrícolas inteligentes em relação ao clima e reduzir as emissões de carbono em suas atividades, a Bayer criou o Projeto Carbono, que tem como objetivo construir uma agricultura Carbono neutra. A iniciativa é parte do compromisso da empresa de reduzir em 30% a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) no setor agrícola até 2030. Para centralizar e padronizar os dados recebidos dos diferentes parceiros envolvidos no projeto, a Bayer utiliza a plataforma e serviços AWS, que também dão ao projeto a escalabilidade e agilidade necessárias.

A emissão de  Gases de Efeito Estufa (GEE) é um dos principais fatores das mudanças climáticas, e a agricultura é um dos responsáveis por parte das emissões globais. Ao mesmo tempo, representa um grande desafio também para os agricultores, já que as atividades agrícolas dependem de um clima favorável para prosperar. Mas a agricultura também tem o potencial para ajudar na solução da crise climática, por meio da adoção em larga escala de boas práticas agrícolas, que não apenas reduzem as emissões, mas também podem remover carbono da atmosfera.

O diretor do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina, Fábio Passos, lembra que, com 125 anos de atuação no Brasil, a companhia tem como visão “saúde para todos e fome para ninguém”. “Nesse contexto,  queremos ser pioneiros em construir uma agricultura carbono neutro, assegurando que a sustentabilidade não seja só um compromisso, mas que se transforme em oportunidade e renda para o produtor brasileiro”, diz.

Com essa visão e com o objetivo de ajudar agricultores a reduzir emissões, a companhia criou o programa PRO Carbono, com o objetivo de mensurar e aumentar o sequestro de carbono no solo. Para isso, os agricultores deste projeto são orientados a adotar práticas de manejo mais sustentáveis, como rotação de cultura e implementação de culturas de cobertura contando, ainda, com tecnologias de ponta para análise de solo seguido de recomendações de boas práticas de manejo que também vão impactar no aumento da produtividade das áreas.

De acordo com Passos, é a primeira vez que uma empresa vai fazer uma iniciativa de sustentabilidade chegar como modelo de negócio. “. É um projeto muito conectado com ciência e tecnologia de ponta, e o mais importante: é feito de maneira colaborativa, junto com agricultores e parceiros”, afirma.

Para que isso tudo acontecesse, a iniciativa contou com o apoio de sete parceiros de pesquisa, dentre eles a Embrapa, com papel fundamental na criação de protocolos e da base científica do projeto, conduzindo testes das melhores práticas e fortalecendo o lastro científico da jornada. Tantos parceiros resultaram em diversas fontes de dados, com variedade de formatos e volumes diferentes, criando o desafio de padroniza-los e centraliza-los. Além disso, para a integração e a disponibilização de dados entre os parceiros, era necessário um controle para garantir que cada parceiro consumisse apenas os dados requeridos para executar sua função no processo, garantindo assim a governança e a conformidade com a LGPD.

Para direcionar a questão da centralização e padronização dos dados, a Bayer contratou a ST IT Cloud, especializada em implementar soluções de dados em nuvem. A consultoria propôs uma solução baseada na plataforma AWS, utilizando uma arquitetura serverless de Data Lake e melhores práticas para garantir excelência operacional, segurança, confiabilidade, performance e otimização de custos, seguindo o AWS Well-Architected. A solução desenhada pela ST IT Cloud seguiu a seguinte arquitetura:

 

Desta forma, o Data Lake serverless se mostrou a solução ideal para viabilizar o Programa PRO Carbono da Bayer por ser escalável, ter um baixo custo fixo e responder conforme as novas fontes de dados fossem mapeadas e carregadas. “Nessa mesma estrutura, construímos APIs de baixa latência consumindo dados já preparados diretamente do Amazon RedShift, possibilitando que a Bayer se tornasse um hub de dados para todos os parceiros envolvidos, permitindo uma comunicação rápida e automática entre eles”, explica o CTO da ST IT Cloud, Renato Calabro.

O CTO lembra que essa estrutura proporciona um permissionamento granular dos dados, seguindo a regra do mínimo acesso necessário. Além disso, há um monitoramento constante das operações, logs, auditoria e rastreabilidade em conformidade com as leis LGPD e GDPR. “Para isso, criamos diversas APIs, diversas formas para estes dados chegarem no Data Lake e serem processados em uma trilha de dados. E aí, nos apoiamos bastante em serviços AWS, como o AWS Glue, no Amazon API Gateway e no Amazon Simple Storage Service (Amazon S3), para formatar todo esse Data Lake”, explica.

A gerente de transformação digital da Bayer, Vanessa Ginez, lembra que a relação da companhia com a AWS começou com as discussões sobre transformação digital. “A AWS nos permitiu fazer essa integração de dados, entender qual metodologia usar para olhar o sequestro de carbono no solo, comprovar estas metodologias junto com os parceiros e trocar estas informações com eles, que têm diferentes conhecimentos dentro de toda a cadeia, integrando tudo isso”, reforça.

Com a implementação da arquitetura desenhada e implementada pela ST IT Cloud, o Programa PRO Carbono pôde cumprir requisitos como centralização de dados; padronização de metadados; agilidade na disponibilidade de dados; arquitetura homogênea e escalável; camada de integração padronizada; governança eficiente de dados; segurança de interfaces de integração; conformidades das leis de proteção de dados; e auditoria e monitoramento de todo o processo.

O uso da plataforma AWS permitiu as integrações e a disponibilização centralizada dos dados, possibilitando acompanhar as diferentes etapas do projeto com cada um dos agricultores espalhados pelo Brasil, além de controlar o tempo de safra e reportar para o agricultor o andamento e os resultados obtidos.

O piloto do programa PRO Carbono contou com a participação de mais de 400 agricultores espalhados por 144 cidades de 15 estados brasileiros, gerou mais de 80 mil amostras de solo e iniciou a construção do caminho para a inserção da agricultura no mercado de carbono.  

A solução desenvolvida em parceria com a ST IT Cloud possibilitou trabalhar com dados de diferentes parceiros, com formatos estruturados e semiestruturados e com diferentes volumes, gerando um repositório centralizado dos dados e fazendo com que a Bayer se tornasse um hub de dados entre os parceiros e os agricultores. Além disso, toda a automatização fez com que o acompanhamento do projeto fosse realizado de forma digital, através de dashboards e notificações em tempo real. “Nosso grande papel é ser esse agente de mudança. Que a gente construa de fato uma estrada técnica que nos leve a esse mercado de carbono com muita ciência e pesquisa”, conclui Passos.

A solução foi desenvolvida com base em mais de 400 agricultores e, suportando a nova fase do projeto. Esta inovação pode ser considerada o pontapé inicial para aumentar a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, entregando valor para o agricultor e para os parceiros, através de metodologias inovadoras de mensuração de carbono e de recomendações de manejo sustentável. “A ideia é que no futuro a gente escale ainda mais e não só no número de produtores, mas também agregando valor na cadeia de coleta de dados. Pretendemos incluir novas startups nesse processo para coletar mais dados de emissão de gás carbônico durante toda a cadeia de produção agrícola”, revela Vanessa.